Hébron

Sonho no sonho

 

Em algum sonho fui nuvem 

Vagava desprezando o tempo 

Era fulgurante, muito fulgurava

Era figurinhas e era gravuras

Só conhecia o que era liberdade

Era um sonho no sonho

Que ao despertar despencava

Precipitando das alturas

Se era fantasia ou se realidade

A queda não tinha tamanho

Sem saber quem era, eu errava

Parecia a minha desventura

Sem ciência alguma da verdade

Fluido, denso corpo estranho 

Ao chão eu já me enxurrava

O solo que era antes secura

Deleita-se na minha fluidade

Da queda, agora me emaranho

À terra me perdia, me sugava

Seduz-me essa minha mistura

A vida surgia em fecundidade

E ao próprio destino proponho

Que das poças que me empoçava

Fizesse espelhar  as aventuras

De tantos sonhos de infantilidade

Era um sonho no sonho

Era fulgurante, muito fulgurava 

Era figurinhas e era gravuras 

Só conhecia o que era liberdade 

Vagava desprezando o tempo 

Em algum sonho fui nuvem