Paulo Luna

O poema urge

O poema urge

Quem o pode esperar?

estilhaço de lâmpada partida

vida perdida no meio da dança

trança de pão comido por formigas

 

o olho do olho do dragão

fumaça de chaminé vazia

ave que desce devagar

tráfego intenso de labutas

 

o poema

ainda urgiria

                se não fosse o fosso

 

poço de petróleo

atrás do vampiro havia um fuzil

 

Mas o poema

Urgência atroz de tocaia

Gargalha borbulha e dança

 

Quem o alcança

Não tropeça nem cansa

Olha o desvio da rota

E salta de pára-quedas