É o bicho-homem,
0 pior dos animais,
Capaz de tanta barbaridade
Pelo prazer
Do sadismo e desmedida ambição
Que em si traz,
E o faz
Roubar, trair, matar
Por dinheiro,
A viver
No cativeiro
Da ganância a explorar
Sem freio
O suor alheio,
Na esbórnia que lhe compraz,
Enquanto seu irmão
Passa fome
Na selva de pedra
Em que habita o chamado
Animal racional, confraria
De abutre carniceiro,
Que a perversidade venera
Tão somente,
Porque em seu peito, a semente
Do amor não medra,
Há muito, morte dera
A todo e qualquer
Sentimento de compaixão
Na sentença deletéria
Que compunha,
E que impunha
Mais infâmia às tantas que fizera ,
Suplantando-se em matéria
De crueldade,
A ponto de , se à terra Jesus
Voltasse, decerto seria
Novamente pregado
Na infamante cruz !