Carlos Lucena

PROFESSORA

PROFESSORA 

Nem o tempo
Apagou a lousa
E os pretéritos 
Estão todos em mim
Os verbos se tornaram eternos.
E a gramática
Não está mais nos livros
Porque puseste em minhas mãos.
As orações subordinadas e coordenadas
Se tornaram preces, orações...
E o verbo ser
Me fez ser
Sujeito tantas vezes oculto, outras muito simples, composto, indeterminado
E na transitividade dos verbos 
E seus complementos
Guardo em mim
Esses sentimentos
Quando enfática
Me deste o princípio da gramática
Que o tempo não apagou
E a letra Branca de giz no quadro 
Ainda hoje o vento não levou.!