Hébron

O inverso da poesia

 
Destroços desumanos
Trapos que me deixam
Ratos que se alimentam
Nato e verso morto
 
 
Outros tantos, poucos
Pouco para tantos, outros
Cadelas do meu tormento
Nato e verso morto
 
 
A fome é forte, espera
É resultado de toda guerra
O poder desses impérios
Irrazão, tiros na contramão
Falta amor e falta pão
Para armas todo o cifrão
Há ilusão nesses critérios
Hino à morte anunciada
Fuzis, hastes de uma bandeira
Mísseis, bombas, tanque, asneira
Soldados armados, morteiros
Jardim sem flores nos canteiros
Teremos quantas alvoradas?
Estrondo, noite em clarão de dia
Morte em verso da carestia
Mundo, o inverso da poesia