Vivo num tempo
Que equaciona meus passos
E me digere quantitativamente
Os ideais que guardo
Em absoluto silêncio.
Sobrevivo numa época
Que me fraciona os ensejos
E me engole taxativamente
Os pensamentos que arquiteto
Nos umbrais da consciência.
Respiro num período
Que se alimenta do meu ego
E me cospe absurdamente
Os objetivos que formulo
Na plataforma da memória.
Existo num espaço
Que me subtrai a inteligência
E me soterra alucinadamente
A produção que edifico
Nos arquétipos da mente.
Nutro-me numa alfândega
Que me rouba da inconsciência
Os frutos que diuturnamente
Evolo nas asas da imaginação
Para que na existência não seja objeto!
DE Ivan de Oliveira Melo