Quando embalsamei o meu corpo
No elixir sagrado – Vinho Panteístico
Que os deuses sorvem do ‘’místico’’
Rebanho – salguei-me, absorto!
Chovia em todo meu ser, navalhas,
Perfurando-me o peito e os olhos;
E o mar, que chocalhava-me os ossos,
Chocalhava também as minhas falhas.
E só, no se ir das ondas, eu naufraguei
Meu barco nos corais: tanta beleza
Tinha no olhar, tanta sede; – Afundei
No azul de um céu que encontrei...
E ao beber de minha própria profundeza:
M’embriaguei, Tornei-me Deus, e me afoguei!
Itamar FS