Eis que retiro de mim o traje trágico
O disfarce do socialmente correto
Toda indumentária de um Sêr padronizado
Me desnudo do cotidiano das mesmices
Disvirtuo os padrões para ser bem desigual
Agora me visto de alegria com minha fantasia
Por aí vou sair a brincar feliz comigo mesmo
Levar tudo numa boa! Enfim Carnaval
Vou ver sorrisos nos rostos dos outros
Arlequins à procura de sua louca paixão
E com os palhaços rir muito e me alegrar
Dançar com a Colombina no meio da multidão
Não ter hora pra voltar para casa
Confete e serpentina grudados pelo corpo
Cair na farra sem culpa e sem medo, e se esbaldar
Na cadência bonita do Samba vou entrar
Me deixar ser visto de verdade como eu sou
Alegre e divertido, à todos vou contagiar
Neste ritual de paz e amor expulsar todo mal
Aproveitar este raro momento como em criança
Viver intensamente a liberdade! Pois é Carnaval.
Cláudio Reis