Carlos Lucena

A SEMENTE

A SEMENTE

Com as minhas mãos
Lavro a poesia
Das sementes que semeei
Em muitos chãos.
E com água do peito reguei
Depois como do seio da terra paridas 
Transformo de novo em semente
E nas páginas embranquecidas folhas da minha mente
Faço outra vez semear
O grão que é a palavra e o verso
E assim
Diverso
Inverso
Controverso
No chão do peito,
Esse universo
Às vezes árido e imperfeito
Até sem água pra regar
Algumas nascem e crescem com defeito
Mas outra vez torno a plantar.