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Claudio Reis

NO OUTONO O AMOR

Quando sinto o frescor das tardes de outono
Com as folhas secas ao chão sendo varridas pelo vento morno que sopra do leste
Subo no penhasco para avistar as gaivotas voando sobre o mar
Ve-las pairando no ar mirando a presa e num mergulho indo busca-las

A candura de suas plumagens contrastando com o verde do mar
Faz-me sentir como artista que está a pintar tela animada
Um cenário único que sempre ali está, mas nunca é o mesmo
Sensação maravilhosa de paz, gratidão e liberdade

Quando chega a noite e sinto que o ar ficou mais frio
Deitado na rede da varanda, agasalhado fico a observar as estrelas
Contra o céu escuro do outono a constelação de Pegasus
Sinto-me atraído pelo brilho forte desta estrela desde criança 
É como se estivesse acomodado nela viajando pelas Galáxias 
Todo pensamento descontrai pra sentir a mais pura das belezas
O Universo e sua grandeza, sua inteligência e seus mistérios 

Quando amanhece o dia e vejo o orvalho sobre as flores
Percebo que no clima do outono avivam-se ainda mais as suas cores
O aroma delas perfumando o ambiente me alucina!
Sinto-me alegre, fortalecido e dócil pela própria natureza

Mas quando outono chegar e nada disso eu puder sentir
É porque estarás demorando a retornar para o seu bem
Em vigília meu coração estará,  pulsando lento e sem emoção 
Solitário e quieto estarei, desejoso de ti, ávido de amor a esperar-te.

Cláudio Reis