Jonas Teixeira Nery

Vícios e carências

Dessa memória implacável sobrou o vício,

perseguido no tempo desses desencontros.

Atropelado pelo hábito comum e desencontros,

segredado nessas noites frias de abandono.

 

Somos a legítima farsa dessa vida banalizada,

dessas mulheres nesse abandono desordenado.

Desiludidos nesse ácido tempo corrosivo,

famélicos nessa estrada, cicatrizando feridas.

 

Dessa janela contemplamos novos tempos.

Destituídos de certeza entre carências e medos.

Novas emoções renascem. Essencial é viver!

 

Maquinalmente caminhamos nessa estrada!

Embriagados nesse vício de solidão e mágoas.

Nessa fome de amor, prosseguimos entre vícios.

 

Vícios de carências sistemáticas, reinventando sonhos,

ruminando incertezas nesses tempos de náufragos.

Vem essa vida de esperanças dessa gente reticentes.

 

Basta dessas carências, desses silêncios extremos.

Queremos subverter esse mundo de nossas vidas,

com nossas carnes, nessas existências, prosseguir.

 

Inunda nossos corpos cansados de tanta angústia.

Deixa-nos nessas reflexões, nessas perdas, nessas recordações,

Persistindo nessa luta, nessa reticente primavera de aparências.