Mas que ainda não seja necessário o pedido de socorro
Mesmo tendo sido tomado pelo oco deste tédio
Pelo martírio da mesmice
Por tudo aquilo que aguça o desânimo
Arrogar-se com o ímpeto da poesia
Mas quando a tempestade insistir continuar
Impedindo que se possa ver o sol
Tendo que pisar sempre o chão húmido e molhado
Diante à tanto desconforto e inquietação
Buscar compreensão na palavra teimosia
E ficando o mundo muito pesado
Onde não interesse mais ver as faces frias
Toda frivolidade de uma pseudo sociedade
Recuar, mas p\'ra tomar impulso para o salto
Surrateiramente aquietar-se na toca da sabedoria
Acredito ainda não ser a hora de pedir socorro
O silêncio nunca dá errado nessas horas
Então ir meditando em meio à tudo isto
Colher as frutas no pomar lá do quintal
E entregar de vez esta intrépida vida para a poesia.
Cláudio Reis