Perdi-me numa rua sem nome
Repleta de casas pobres, buracos à beça...
Pelas calçadas, cachorros sujos enfeitavam o ambiente
E esgotos a céu aberto vitaminavam a respiração.
Tropecei numa calçada quebrada e caí...
Para meu espanto, ninguém registrou o fato
E fiz de um muro cheio de lodo, meu apoio...
Levantei-me e, atordoado, tentei desvendar onde estava...
Lugar esquisito, pessoas estranhas e mal vestidas
Eram os moradores que parecia não se darem conta de mim...
Para eles, eu era mais um transeunte desconhecido
A perambular no mutismo de mim mesmo e do destino...
Fui caminhando, caminhando... Cheguei a uma esquina vazia
E me sentei debaixo de uma velha marquise e chorei... chorei!
Como fora parar ali? Que becos da vida me trouxeram?
Um rosto inundado em lágrimas compadeceu-se de minha presença.
Não sabe onde está? Perguntou-me. Notei que sofria como eu...
Morremos e certamente prestamos contas dos nossos atos!
DE Ivan de Oliveira Melo