margarida

não amo o corpo de ninguém

não amo o corpo de ninguém
sem que lhe ame os gestos,
as virtudes e defeitos,
os sorrisos e trejeitos.

não amo o corpo de ninguém
sem interesses que são seus,
que não seja de verdade
em força e fragilidade.

confunde-me quem me quer
e me olha com interesse
confunde-me os sentimentos
abala-me os pensamentos.

entre mimos e caprichos
não distingo com clareza
tomo um banho de vaidade
dou por certa a incerteza.

não te minto no sentir
julgava que te queria,
se amei por ser amada
no momento não sabia.