Pedras de atiradeira
Admirável amigo
e poeta da Vida
Gratidão!
Sua fala é como pulsar
O som do nosso sertão
É zabumba dos irmãos Aniceto
É flauta doce das bandas de pífano
donde dos olhos de bambu
saem a melodia do sol de meio dia.
É gemido da rabeca
teimando no ser-tão
É caboclo sonhador
gritando por seu torrão.
É triângulo lengo-lengo
alegre com a plantação
É reisado de cores,
é inverno,
é feijão.
É canjica e forró a dois
é cantiga a serenar
é manteiga da terra
é nosso baião de dois.
É acauã indo embora
pro mode a asa branca chegar
Trazendo chuva e alento
feito cantiga de ninar.
São fogos de artificio
Cortando o azul céu
Feitos pedras de atiradeira
É menino de engenho
A se lambuzar com o mel
E o galo de peito grená
inda canta seu canto de dor
é sovelo esquecido
E o gibão suado e sofrido
Guarda a alma do sonhador
É fé e esperança,
é o olhar da criança
é nosso povo mestiço
é romeiro a tirar o chapéu
Pedindo benção “Padim Ciço”.
Roberio Motta,
1 de Abril de Vinte Vinte e Um, Estado de Graça do CARIRI.
Em resposta ao colega poeta e amigo Dr. Iderval Reginaldo Tenór