Tenho tudo e nada tenho.
Sinto_ me incerta assim.
Perdida,pranto não retenho.
Indago:saudades de mim?
E vejo no retrovisor
aquela que fui outrora
Jovem,lutei com destemor.
Abarcava o mundo fora
Sentia o vazio cá dentro.
Alimentada pelo medo
que sentia toda hora.
Enfrentei_ o em desconcerto.
E,agora, anoiteço.
Cai_ me, de lágrimas, um rio.
Não aceito nenhum desafio.
E, até mesmo da alma desconfio,
pois,noite,sou desvario.
Eu não pedi para nascer,
fui feita ao tal bel prazer.
Vida vivida contida,
cumpri a\' risca,escola,
Obedecer,estudar,não colar
Via tudo,fingia não ver,
calava o sofrimento.
Tinha curiosidades.
Nao perguntava o que queria saber
pois o silêncio reinava.
Tempo passando célere
eu pouco me rebelando
seguia a boiada,calando
Agora anoitecendo,
vou ,então, me desvairando
rápido me revelando,
o que der na telha ,vou fazendo.
Às críticas nem ligando!
Tenho tão pouco tempo
para recuperar tudo
todo o perdido tempo.
Maria Dorta 20_2_2022