Carlos Lucena

A CERTEZA MATA

A CERTEZA MATA

Eu não quero ter certeza de nada
Amanhã não existe 
O sol é hoje
Amanhã pode estar escuro
E todos podem não estar aqui.
E não quero que a dúvida
Me faça existir.
A certeza é a data do agora
As ideias do depois são surreais
É por isso
Que o bicho cansa
E morrem todos iguais
Porque só dança
Nos velhos ideais.
Eu não quero ter certeza de nada
Porque a noite que me espera, existe
E esperar o amanhã
É uma ideia triste
Porque o veneno pode estar na maçã
E deixar teu dedão do pé em riste
E essa certeza que maltrata
É a mesma certeza que outras vezes mata.