Liduina do Nascimento

Silencio entrecortado

 

Silêncio entrecortado

Tarde sumindo,  pássaros chegando, um deles vem voando tão sozinho, chamando a minha  atenção... o meu olhar acompanhou o seu voo, até o seu triste pouso ao chão. Não satisfeito, por entre as folhagens  foi se esconder, não desisto, fico roubando a sua beleza, na copa da árvore,  consigo ver... Outros,  a ele vão se juntar, começa a cantoria, delicioso alvoroço final de mais um dia. A noite não tarda a chegar, desfilando pelos céus resta deles, um par, apaixonados, por aí à voar! Querem assistir a cor do sol se desfazendo aos poucos... esqueço das horas roubando seus voos, com ar de riso, teriam eles, sido feitos para me alegrar? Deles, tanto preciso. É uma paixão, essa mistura dos seus voos que atiçam a minha imaginação... desço o meu olhar às roseiras, defronta, com a beleza e medo,  os espinhos ferem cedo. Caminho, silêncio entrecortado,  eu, personagem solitário, vou embora, sem acenar para o sol, sempre o mesmo em qualquer lugar... Retalhos de sonhos, do tudo e do nada, a vida  não tem remendos, escorregadia é a felicidade.

Liduina do Nascimento