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Arlindo Nogueira

CADÊ TUA VOZ!

Onde estás, me diga por favor!

Será que as coisas fogem de mim

O meu grito sem fôlego, sem fim

Ecoa no fundo da escada da morte

Carga explosiva no fio da navalha

Epicentro situado no centro da falha

Eu preciso gritar cada dia mais forte

 

Onde estás, me diga por favor!

Será o infinito o baú dos segredos

A vida convida viver esses medos

Revoar rasante do grande albatroz

Passo por passo todo o mundo corre

Pouco a pouco todo o mundo morre

Por isso, onde estás, cadê tua voz!