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Edla Marinho

À MORTE, DISSE NÃO

Olhar de fogo, calor febril 
Flashs de memórias, lembranças... 
A vida repassando em pequenos atos
Fio frágil de esperança
E o temor de deixar tudo para trás 
Sem ver as flores no jardim dos amores
Sem o azul do céu e os olhos das estrelas 
Não mais borboletas pousando felizes 
Na tela do coração, perfeita aquarela 
Não mais  serenatas em noite enluarada
Ao som da harpa de um anjo apaixonado. 
Não mais os pássaros em revoada
A pousar nas rimas de um poema de amor 
No vão dos dedos tudo se esvaindo
A vida sem valia, se despedia... 

Parecia insignificante ao chegar... 
Ganhando espaço, porém 
Desarrumando tudo
Instalando o caos 
Células desajustadas 
Luta desigual
Combate ao inimigo invisível 
Na incerteza e delírios
É luta meio inglória 
Talvez até fazer história 
Pra que sirva de lição 
Que o cuidado é sempre pouco
Não pode fazer-se de louco

E o medo de deixar os amores
As amizades e as flores
Abraçados às dores 
Ao pranto e lamento 


Então... 
Aos poucos, as forças renovadas
Como se a vida fosse outra vida
Não mais medo de despedida 
O dono da vida e da morte escreveu 
E a esperança renasceu 
A vida, eterna, em muitas vidas... 
Vida, de novo, vida!!!