Você quer o meu sangue
O meu desespero
Minha ira, minha fúria
Meu titã adormecido
Quer me ver louca,
Fora de mim, sem chão
No palco das brigas
Descabelada, aos prantos
Você quer que eu diga
O que você não quer ouvir
Quer que eu mostre
O que você se esforça para ocultar
Você quer o meu sangue
O meu desespero
Meu suor ardido
Meu prazer dolorido
Quer me jogar no abismo
Me fazer perder a cor
Me perder de mim mesma
Me desgrenhar, me expor
Você quer que eu diga
O que você não quer ouvir
Que eu aponte seus defeitos
E crave as unhas em suas feridas
Você quer o meu sangue
Como tempero
Quer meu grito
Meu destempero.