Ema Machado

Cegueira…

 

 

Perco-me, na insaciável monotonia dessa rotina massante

Transitamos sobre teias que nem mesmo tecemos, prendemo-nos

Sem sair do casulo obscuro...

E vivemos assim, inconstantes, sobra necessidade de consumir

Feito, larvas da seda, e mais, para outro possuir…

Perscruto-me: quando, tudo isso terá fim?

Seguimos o curso, sem saber onde vai dar

Cegos, surdos e mudos, prisioneiros da caverna…

Perseverante é, esse povo errante

Caminha crendo em qualquer balela

O Profeta dos profetas disse: “Não pode um cego, a outro conduzir”

O lobo se veste de cordeiro, à (muitos) irá iludir

Para escravidão se deixam conduzir, e tudo pela cega crença

Deixam-se levar por falsos pastores, falsas promessas

Não se busca paz pela guerra, tão pouco pela opressão

Vivemos em meio a hienas, riem, daqueles a quem devoram

“Quem tem ouvidos, ouça!”

Quem, seguirá a verdadeira religião?

Nada é tão perfeito quanto Amor, a base de tudo

Quem ama cuida, deseja ao outro o que quer para si…

Esta é pura religião, boa para seguir… 

Ema Machado