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Liduina do Nascimento

Resto de poesia

Resto de poesia

 

Rabisco de algumas linhas, segurando a voz, 
e os dedos, para não escrever...
Amassa os papéis de sedas, joga fora rascunhos,
sufoca todos os medos em silêncio,
Queima as páginas dos desalentos,
borra com tinta a desilusão, restos de poesias,
joguei fora, esboços e gestos de alegria,

Resolvi viver por viver, olhando ao meu redor
tudo sem qualquer sombra de fantasia,
aceitei viver o resto da minha vida sem você.
Vou seguir o meu destino, a vida é uma única viagem,
por companheira, carrego a saudade que se fez
paisagem em minha alma.
Lembro quando o futuro cheirava a relva
...éramos estradas, sem rumo ou retrovisor
sem perdas para lamentar,
nos consolávamos olhando a lua!
Desilusão adentrava o mar, sumia com as marés
que largava conchas, nas pegadas deixadas,
Lembro que, o tempo não existia, e outrora
era uma palavra de fantasia.
Hoje, tudo existe, resto de sonhos, lembranças
e restos de poesia.

 

Liduina do Nascimento