Sobre o dorso do pago sulino
Um menino de lenço vermelho
Campereando sonhos de garoto
No seu potro parecendo espelho
Leva a saga do sangue farrapo
Índio guapo lutando de joelhos
Na charla das lindas percantas
Na garganta o lenço vermelho
Um guri galopeado sem mágoa
Como a água que cai da cascata
Seu destino é um grande tesouro
Vale o ouro das plagas de prata
É juventude encantando na lida
Seiva da vida no ventre da mata
La nos galhos sacode a pitanga
Cai na sanga descendo a cascata
A fazenda virou um bang bang
Já tem sangue novo no campo
O menino é um ginete montado
No seu renomado cavalo branco
O pôr do sol deixando seu rastro
Lá no pasto pisca um pirilampo
Surge a lua prateando o palanque
Pois tem sangue novo no campo
No despacito igualzito ao seu pai
Gaúcho sagaz de cinchado sulino
Lá em seu rancho sede da fazenda
Tem a prenda mãe do seu destino
Que tempera um arroz carreteiro
Com verdadeiro charque bovino
Sangue novo volta para estância
Há esperança no gáudio menino