Marcelo Veloso

V I N G A N Ç A

Vingança, seu nome é resistência,

embrulhada com um nada,

e muita excrecência.

Serve-se da penúria,

e traça uma linha ardilosa,

enlameada de luxúria.

 

Incredulidade por um fio,

resíduo de um deboche escancarado:

“Prato que se come frio”.

 

Vingança publicada:

- O ceticismo cegou!

 

Vingança, sem verso de pronúncia,

besuntada de escárnio,

e calcificada em denúncia.

Eleva-se pelo descaso,

e joga a podridão no assento,

arrebicado pelo cinismo e atraso.

 

Sem regra, sem nada,

ultrapassa a intuição:

“Carroça desgovernada”.

 

Vingança socializada:

- O blefe estabeleceu!

 

Vingança, sua história estilhaça,

decompõe toda a serenidade,

na mais entojada negaça.

Sustenta pelo estranhamento,

vilipendiando todo conceito,

por um prazer sórdido e gosmento.

 

Refém da iniquidade,

entoga a insensatez:

“Justiça da maldade”.

 

Vingança monetizada:

- O amorfo personificou!

 

Vingança, miséria denunciada,

combatida com todo vigor,

para ser altamente acoimada.

E diante de toda uma protensão,

que nada mais se formalize,

nesse gestual tão sem noção.

 

O ódio, na sua extremidade

alicia, extenua e conflita:

“É a vingança do covarde”.

 

Vingança extirpada:

- A barbárie acabou!