Meu amigo se foi há vinte anos.
Soube hoje.
Então, foi hoje que ele partiu.
Despeço-me em silêncio,
procurando os nobres traços,
embaçados, num papel antigo.
Escuro, o retrato mal sugere
a luz mágica do olhar,
que se apagou há vinte anos.
Conheço as dores do nunca mais.
Esta agora, de onde vem?
Da velha cicatriz, ou de ferida viva?