Arlindo Nogueira

NA CASA DA VOVÓ

Naquela casa amarela

Alguém está na janela

É a encantadora vovó

Ela teve vários filhos

Sua vida era um idílio

Mas hoje ela está só

Pois sua prole cresceu

Rumou ao destino seu

Para longe foi embora

Só a solidão vive nela

Olhar fito pela janela

Sente saudade e chora

 

Levanta de manhã cede

Vai passear no arvoredo

Lugar que ela muito ama

A casa tem vários quartos

Em cada quarto o retrato

Dos filhos sobre a ama

Assim vovó passa horas

Indo de dentro pra fora

Com o coração inquieto

Mas ela nem adivinha

Que hoje pela tardinha

Está chegando seu neto

 

Eu vou morar na vovó

Trouxe até meu palito

Já avisei os meus pais

Com ela sou bem feliz

Como todo o neto diz

Minha vovó é demais

Quero ficar do seu lado

Comer pão com melado

Tomar café de chaleira

Quero brincar no porão

Correr e abrir o portão

A vovó é companheira

 

Tomar leite no curral

Pôr a roupa no varal

Ver a vovó na cozinha

Cozinhando na panela

Eu sinto cheirinho dela

Tempero da vovozinha

Amor de vovó é direto

Toca o coração do neto

Que nunca lhe deixa só

Não existe neste mundo

Um amor mais profundo

Entre os netos e a vovó