Liduina do Nascimento

Voos sem volta

 

Voos sem volta

 

As folhas  levadas pelos ventos, passam, sem que eu possa alcançá-las, mas levam tanto de mim, não lembro de vê-las secando, feito alguns dos sonhos que um dia alimentei,  vivos, verdes, onde um coração eu desenhei, sem que fosse hoje somente uma lembrança de tudo que imaginei viver, e não vivi... o vento por sua vez, conta coisas que não preciso ouvir, alguma coisa não me  fala  de esperança... mas de desilusão, de solidão a qual me acostumei, nem me lembro se sofri. Ventos, os ouço, e guardo, continua...  passando, voam as folhas secas, feito as borboletas, que nunca tiveram cor, voam, voos tristes e sem volta, para longe, do céu e do chão, pelos ares rodopiam, tangendo sem eco, os meus suspiros de amor que nem sei para onde os meus ais, se vão. Suspiros que não são ouvidos, misturam-se ventos e seus gemidos... pensamentos, voam tão alto, sem sair do lugar.

Liduina do Nascimento