Tem dias que morro de amores
Tem dias de amor que me mato
Tem dias que temo minhas dores
Tem dias que as idolatro;
Tem dias que clamo favores
De doce em doce me abro
Em dias de mel sem sabores
Me adoço do resto do favo;
Nos dias de tons sombreados
Matizes e cores reflito
Nos climas de céus azulados
O cinza do preto retinto;
De dia, o dia é de noite
De tarde, a vida é vazia
De dia me livro do açoite
De noite refém da poesia;
Os dias de ida voltaram
Os dias de volta partiram
Os dias que quis não ficaram
Os que me apossei ressentiram;
Em dias, as tardes vadias
De dia entregam meus feitos
Se os dias não fossem tão dias
Os dias seriam perfeitos;