Eis que desperto, não era tarde, percebo enfim...
A vida, passava por mim
Não era minha
Cheguei com pouca bagagem, a alma repleta de vontades
Mas a casa, não me cabia
Era pouco aconchegante
Para que nela coubesse, desfiz-me de vestes, usei o que ela continha…
Tentei abrir portas e janelas
Às vezes, sentia
Vivia, mas, a vida passava
Não era minha…
Lentamente, para caber naquela casa, encolhia
Guardei na mala, tudo que eu tinha
Sonhos, vontades e alegrias
Meu mundo, traçava nas paredes
Fiz nelas teias, redes que a mim
Prendiam
A vida passava, no casulo, eu já não via…
E metamorfose foi feita, completa
Senti algo novo, rompi o casulo
Ganhei belas asas, não anseio casa.
Voo com a vida, agora é minha…
Ema Machado