Esquecida dentro de mim
Estou escondida em minha concha
longe do mundo exterior
presa à pedra que me machuca,
formando a pérola que nascerá da dor.
A luz do sol me agride,
fico sozinha na escuridão,
o medo me assombra mas
me apavoro é com a multidão.
Meus sentidos são confusos,
gritam em minha mente sem parar,
encolhida no quarto abafado
choro sem alguém para escutar.
Sem falar, minha voz já está rouca,
sinto que aos poucos eu morro,
meu sofrimento é silencioso
mas é um grito de socorro.
Na pia a louça acumula,
nem troco mais o pijama,
fico presa ao arrependimento
no fundo dessa cama.
Queria não ter nascido,
e que me apagassem da memória,
não teria errado tanto
e feliz seria minha história.
Minha concha está enterrada
bem distante do mar,
está escondida em minha alma,
esperando alguém para me resgatar.