Ivan

MINHA SOMBRA

Minha sombra é artificial,

Dela eu fujo meio silente,

Pois não sou clarividente

E tudo em mim é sazonal.

 

Na penumbra vejo-a real,

Como uma dose de licor,

Mas dum licor que é amor

Vacinado contra o desleal.

 

Minha sombra traz o medo

Do assaltante que desnutre

Do vício que tem no abutre

 

De se alimentar do enredo

Que é somente carnificina:

Minha sombra é assassina!

 

 

DE  Ivan de Oliveira Melo