Haroldo Max de Sousa

NÃO SOU NADA

Quem sou eu? digo não sou!

Surgi sem me chamarem, como o vento,

Cai de cima como as chuvas

Debulhadas do céu como por encanto.

 

Nada sei de mim, nada sei!

Apenas digo: ainda não me li;

Sou incógnita como noite escura

Brotei da terra, apenas surgi.

 

Não sou nada, nada mesmo!

Nasci e morri no mesmo segundo

A mínima parcela de um átomo,

Do todo, não sou nem isso aqui!

 

Se me procurares em algum momento

Lembre-se: nunca existi;

Sou, fui e serei, talvez... apenas...

Um fiapo das letras que escrevi!