Claudio Reis

ERA UMA VEZ A JUVENTUDE

O Sol permanentemente lá estava
As cores das flores coloriam as roupas 
Todos os cânticos das femininas vozes
Autêntica expressão de dons artísticos 
Pelas praças ecoavam juntos dia e noite

Masculos graves d\'um lírico coral, unisex, original
Riam! Brincando descobriam seus talentos
Personagens de um conto, de uma poesia 

Toda púbere plástica atraindo com um sorriso
O despertar da nova idade na pele fervilhando
E com olhar distenso e cálido a procura de si mesmo 
Feito de esquema e forjado da cabeça, solta-se
Sua ávida juventude enfim veio, fora descoberta
A matemática sucumbiu, num tubo de ensaio ela floriu
Se fez passaro Condor pra voar em busca de amor

Então se pôs livre, leve e solto pelas ruas a caminhar
Só queria o por do Sol ver, feliz contemplar
O livro contava a estória dos deuses astronautas
Em tudo havia uma nova e intrigante descoberta
Sensação maravilhosa estar na ilha da fantasia
Amigos trazendo suas conversas, alegrias e rebeldias 
Estar além do horizonte e viver em paz era a ideia
Colecionar estrelas do céu, admirar a lua e sua plenitude
Correr, cantar, passar a noite em claro, namorar
Sonhos vividos e guardados da alegria de uma linda juventude.

Cláudio Reis