Marcelo Veloso

PARA ONDE VOU?

Todo dia, esta mesma pergunta:

Para onde vou?

Minha vida pegou um rumo,

um rumo de estrada vazia,

cheia de buracos, de desvios, de entraves e entorses.

Minha vida, de repente, pega jeito,

mas, logo logo, dá um freio,

enche de sonhos, se estatela em pesadelos.

Minha vida, às vezes sofre, outras vezes sente,

mas, na maioria das vezes, passa.

Meus olhos buscam informações,

captam dados, se envolvem de situações,

e isso parece tomar rumos,

dar sequência, criar “novas” rotas,

mas, tudo não passa de efemeridades...

Um dia acordo, no ânimo da luz,

mas, logo vem o sol ou a chuva

para secar ou encharcar o instante do brilho.

Outro dia, no desencanto da manhã,

sem me misturar ao suar do sol,

ou derreter da chuva,

me vejo repleto de vontades e desejos,

aí me envolvo na languidez do ócio

e me embrenho na falta de ter o que fazer.

Para onde vou, afinal?

Acho que a resposta ainda chegará,

não sei se no repente da mão estendida,

do beijo desejado, do sorriso construído,

já que o tempo me é obstáculo inacessível!