Não tenho muitos desejos
Nem pedidos excessivos
Que não caibam nas minhas mãos.
No caminhar dos meus dias
Nas planícies e montanhas que
Me rodeiam, apenas ergo os olhos
E caminho, como um bom caminhante.
Se piso em pedras e espinhos,
Se atolo os pés em barro, choro poesias...
Grito estrofes de ais e melancolias.
Mas... se me vejo num jardim
Se o sol bronzeia minha estrada
Se a noite me cerca enluarada,
Aí canto poesias... me espraio libertado
Me agiganto em devaneios.
Poético, louco, amor, ódio...
Não importa, apenas peço a Deus:
Não me prive das poesias
Até o fim da minha caminhada
É pra mim alimento, lenitivo...
Meu ópio de todos os dias
Bengala companheira de jornada!