Ivan
BÁLSAMO
O sol devaneia sobre as nuvens febris,
O éter saboreia inconsciente os astrais
Donde se sente a essência dos funerais
Que sepultam as estrelas ainda infantis.
Sobre as almofadas do espaço vagueiam
As ondas magnéticas invisíveis ao olhar,
Contudo ebúrneas cicatrizes estão a rolar
Perante a abóbada onde sonhos permeiam.
Enquanto no solo pálido a vida é revanche,
Os ventos sopram em verdadeira avalanche
Desnutrindo a natureza tímida que se cala...
Furtivas, as almas se fitam assaz pavorosas,
Escondem-se nos vagões das rosas libidinosas
E daí se extrai um perfume aziago de opala!