ele fugiu da violência
de uma guerra infinda
entre a vida e a morte
entre o ser e o ainda
embarcou no sonho ao mar
escalou o redentor
recebeu seu passaporte
quis também contar com a sorte
e de nada adiantou:
seu corpo derramado em sangue
sobre o calçadão impassível
outra vez amarrado
num poste dos ancestrais
ele fugiu da violência
de suas terras distantes
Deus, não perdoe!
Deus, não perdoe!
quem findou com seus sonhos
a golpes de impiedade
quem desferiu em seu peito
tamanhas dor e maldade
não perdoe, Senhor!
não perdoe!