OS VERSOS QUE TE ENTREGO
Sempre quiseste meus versos...
Nunca os dei. Porém, dentro do peito impressos
foram sempre meus fiéis companheiros!
Amigos inseparáveis desta solidão imensa,
que rasga as entranhas de m!alma tensa,
prenhe de sonhos aventureiros!
Como são fraternos os meus poemas!
Nunca percebi... Entretanto, estes temas
vêm de dentro de um sofrido coração!
Falam por mim deste amor imaculado,
que guardo ainda no peito enclausurado,
como guarda uma estrela a negra imensidão!
Falam por mim estas rimas sonoras...
Cantam, choram, riem... Quantas histórias,
desfolhadas no livro das amarguras!
Meu outono já surge intolerável,
mais tarde virá o inverno inexorável
amortalhando as derradeiras desventuras!
Portanto que poderia dizer neste dia sem vida,
quando a natureza derramando lágrimas de dor incontida,
parece entender meu eterno sofrimento?
Talvez dizer que te amo,
que sofro, blasfemo e reclamo
na solidão do negro arrependimento!
Não. Não poderia te dizer nada...
Pois penso no que foste em minha estrada:
Uma alma frágil que mãos tolas esmagaram num lamento!
Por isso clamo aos céus nos brados de quem sofre,
p!ra que adormeças no berço de meu pensamento,
qual jóia rara no escaninho de um cofre!