VELHICE
Sento-me à beira do tempo
As horas parecem me falar
E eu escuto
Sem querer escutar
A voz do vento
Que no meu ouvido diz baixinho:, ele vai passar.
E eu pego as tralhas
Que estão todas prontas em mim.
Aí olho o sol posto em carmim
Fazendo muralhas
Que só o tempo e suas navalhas
Às vezes escuro como o breu
Pálido como as mortalhas
Torto como cangalhas
Leva tudo o que lhe deu!