//meuladopoetico.com/

Maria dorta

Grito Nordestino

Essas tais almas peregrinas

parecem aves de rapina

Brotam no sertão nordestino

plantas rasteiras,sol a pino.

Ninguém sequer adivinha,

nem sabe a mão que as plantou

Há mulheres sábias,bruxinhas

recolhe_as,faz delas chá,doutor.

Pode ter certeza: bebeu,curou!

 

Essa sabedoria popular

povo despossuido,salvou.

O nordestino,crestado de sol,

Só vê água,quando,de sofrência,chora.

Come tanajura,piaba

morre como moscas,cortando cana

nas fazendas dos ricos.

Vivem em choupanas,dormem em catres.

Pura gente pra descarte!

A conta no barracão só aumenta.

Está configurado o trabalho escravo.

Ninguém denuncia,nem comenta!

Assim se esfacelando vai (dês)vivendo esse povo.

De teimoso,vai sobrevivendo

Sorriem desdentados,pés descalços.

E os políticos por eles eleitos?

Vivem nababescamente,comendo caviar

Bebendo  bebidas estrangeiras deles vão se lembrar quando a eleicao chegar!

Entra eleição,sai eleição

São sempre os mesmos no pódio

Passa de pai para filho e neto o bastião do poder

As mesmas famílias se revezando

Sem nada fazer  e o povo a sofrer.

Até quando,como cordeiros,serao os nordestinos sangrados?

Caladamente no altar da ganância sacrificados, esse povo vai se imolando. Até quando?

Maria Dorta 01_2_2022