Thiago R

Levavas entre os dedos um rosário...

Levavas entre os dedos um rosário,

Distante a tua voz minha senhora,

Calou-se como o ermo campanário 

Que não vibras mais os sinos de outrora. 

 

Perdida entre as brumas do fadário,

Tu foste como a tarde que descora,

E eu via no teu vulto solitário

Os olhos que brilhavam como aurora. 

 

E assim como num sonho tu surgias

Ao cântico das velhas melodias,

Que perdem-se nas horas derradeiras...

 

Como o luar sereno que me olhavas,

Etérea tua imagem contemplavas,

Vagando entre as brumas passageiras. 

 

Thiago Rodrigues