Mocambos e mucamas escravatura
Revela o homem de pés descalços
Que nos cafezais deixou seu rastro
Assim como lágrimas lá no casarão
Do tratamento cínico do seu patrão.
Escravos da África lutando por si
Deixavam sua pátria distante daqui
Pro tráfico negreiro da exploração
Roçando na mata a pele morena
Tudo se apequena na cena há dor
Medo do dono descrença da cor
Sonhos dormidos e transicional
“Ser ou não ser” era só figural
Casa dos Escravos do abandono
Saíam da Porta do Não Retorno
Da Ilha de Gorée lá do Senegal
A terrível vida dentro da senzala
Donde nuca mais voltaria à África
Magras crianças mulheres mágicas
Olhos fitos no mundo da desilusão
Labor nos engenhos do calo da mão
Do confinamento como ser estranho
A mala escondida cheia de sonhos
Tudo era socado com mão de pilão
Lembrança palpita um triste vazio
Ensombrecer que marca nosso chão
Há vários séculos teve a escravidão
Um ferrão de vespa produzindo fel
Até que um dia veio um anjo do céu
Vestido de mulher com magistratura
Pela Lei áurea aboliu a escravatura
Rainha dos escravos Princesa Isabel