Não é intriga,
Nem distopia que eu prego.
Tal, renego!
Mas como o desamor
Agora impera, o que fazer
Ante tanto dissabor?
Em nome de quê , por que
Das coisas a reverberar?
Não é mesmo pra se entender...
Alguns apanham.
Os dentes não arreganham.
Parece que adoram apanhar!
Ainda aplaudem o seu cutelo,
Que lhes castiga
Com force e martelo !...
Não pode, não deve.
É uma senha
Que a verdade desdenha!
Quem se atreve
A quebrar
A nefasta corrente
De gente
Que gosta de ver
O malho no lombo
Dos outros entrar,
Contanto que mais gente ,
Aguente, não aguente, apanhe...
Leve intenso tombo!
E isso, à gente má,
Nem um mínimo sequer
A consciência arranhe!
Não sei se tal coisa, é crença,
Maldade, ou doença ?!
Sei que há a naturalização
Da crueldade.
Do amor-- não falam.
Tem uns que veem tanta atrocidade
E se calam.
Assassinaram a bondade!
Há , quem aposte
E goste
De ver o sofrimento ,
O aumento da aflição
A campear,
O cortejo de gente
Em atroz tormento ,
Em cada canto a lastrear
A dor , a agonia ,
De uma pobre gente ,
Vítima da crueldade
E extrema covardia!
Em que tempo de agruras vivemos?
Um pesadelo infelizmente temos
Vivido nesta triste hora,
Que nos vem assombrando
Não é de agora ,
Proporções incontroláveis tomando,
Onde naturaliza-se a maldade,
Deplora-se qualquer
Sentimento de solidariedade
Na banalização
Da anormalidade,
Concentrando tantas coisas ruins
Com determinados malévolos fins,
Sincronia de perversos e imbeciloides
A vociferarem imbecilidades,
E outros afins ,
A lhes seguirem nas atrocidades,
Num país conflagrado,
Vivendo seu pior
Pesadelo, navio avariado,
Com enormes rombos no costado !