Jucklin Celestino Filho

ASSASSINARAM A BONDADE ( ITABUNA, 20/11/21)

 

Não é intriga,

Nem distopia que eu prego.

Tal, renego!

Mas como o desamor

Agora impera, o que fazer

Ante tanto dissabor?

Em nome de quê , por que

Das coisas a reverberar?

Não é mesmo pra se entender...

Alguns apanham.

Os dentes não arreganham.

Parece que adoram apanhar!

Ainda aplaudem o seu cutelo,

Que lhes castiga

Com force e martelo !...

 

Não pode, não deve.

É uma senha

Que a verdade desdenha!

Quem se atreve

A quebrar

A nefasta corrente

De gente

Que gosta de ver

O malho no lombo

Dos outros entrar,

Contanto que mais gente ,

Aguente, não aguente, apanhe...

Leve intenso tombo!

E isso, à gente má,

Nem um mínimo sequer

A consciência arranhe!

 

Não sei se tal coisa, é crença,

Maldade, ou doença ?!

Sei que há a naturalização

Da crueldade.

Do amor-- não falam.

Tem uns que veem tanta atrocidade

E se calam.

Assassinaram a bondade!

Há , quem aposte

E goste

De ver o sofrimento ,

O aumento da aflição

A campear,

O cortejo de gente

Em atroz tormento ,

Em cada canto a lastrear

A dor , a agonia ,

De uma pobre gente ,

Vítima da crueldade

E extrema covardia!

 

Em que tempo de agruras vivemos?

Um pesadelo infelizmente temos

Vivido nesta triste hora,

Que nos vem assombrando

Não é de agora ,

Proporções incontroláveis tomando,

Onde naturaliza-se a maldade,

Deplora-se qualquer

Sentimento de solidariedade

Na banalização

Da anormalidade,

Concentrando tantas coisas ruins

Com determinados malévolos fins,

Sincronia de perversos e imbeciloides

A vociferarem imbecilidades,

E outros afins ,

A lhes seguirem nas atrocidades,

Num país conflagrado,

Vivendo seu pior

Pesadelo, navio avariado,

Com enormes rombos no costado !

 

 

JUCKLIN CELESTINO FILHO