Não importa mais ao náufrago o alvor desses dias,
a existência dessa paisagem amorfa, nessa manhã.
Não importa mais ao bêbado, a cama confortante,
entre desalentos, nesses dias frios, nessa solidão.
Não importa mais ao homem a existência dessa ética,
Só importa esse disseminar de conflitos, de mentiras,
na vida de cada um, nessa busca por esperanças.
Não há mais lembranças, nessa ausência do náufrago,
na inconstância do bêbado, na insípida vida do homem.
Entre o bêbado, o náufrago e o homem, existe alguma poesia!
Talvez exista algum sonho, nessa forma de vida, nessa inquietude.
... ou quem sabe, nada exista, só evasivas nessa tola vida,
representada na forma náufraga e ébria de todos nós, sem esperança.