Tu és, não fostes! Ainda choras sorridente
Nos versos, nos beijos, apaixonada e rouca;
Tu és o cheiro da paixão, maior e demente,
Na vida jovem que foi-se, sendo tão pouca!
Tu és, não fostes! A dolorida que chora,
Ainda hoje suplicas desejos ardentes;
Sentimentos demais, grita e implora
Ser louca, poeta, e amar perdidamente!
Outras vidas tens, tivestes fogo e dor,
Volúpia, amargura, amiga, deusa perdida
Incorpóreo a minha, renhida, desamor!
Não fostes ainda desse vale da perdição.
És mais que alma perdida, és alma sentida!
És Florbela, poetisa da minha inspiração!