A DOR DO OUTRO
Não me completa a dor de outro peito
Nem a lágrima que daquele outro olho cai.
Pois isto me fala da dor a qual estou sujeito
Aquele grito que de outra boca sai.
Os ais que de outro coração crepita
Me faz doer também no coração
Que talvez a outro lábio excita
Este choro que lhe dar satisfação.
Pois este riso insidioso
Que ostenta essa crueldade
Só pode sair de um vil incestuoso
O qual no riso é o artífice da maldade.