Maria dorta

Dois Paises

Quantos despedi de meu viver

Depois de muito conceder,exaurir_ me

chegar a,pelo avesso me ver

lacerar_ me,negar_me,condenar_ me.

Mas,no final das forças,inocentar_ me.

Há momentos em que sobreviver,

deixar de se punir sem razão, é mister!

Então,você se dá conta: não nasceu \" nós\".

Tornamo_ nos plural para

_ ter companhia,

_desfrutar de um por_do_ sol,

_ viajar e curtir,se dinheiro houver

_ deitar juntos e se desfrutar,sem cobrar. 

_ aprender e ensinar um ao outro.

_ construir uma família,transferir nosso DNA,se perpetuar até...

Tantas dúvidas habitei

Queria te fazer meu rei.

Alguém não estava pronto

para por coroa e manto.

Não sei se errei  sozinha.

Se fui presunçosa

Tinha mania de voar só,sem aviso prévio,sem plano de vôo...

A ponte que nos unia na cama,

no clarão do sol se esfunava.

Tão dispares,desiguais...

habitavamos  dois países surreais.

Eu,bem plantada na vida real.

Tu vivendo sob minha sombra.

Isso foi nos separando

Nos descasando...

Minhas legendas,tu não conseguias decifrar.

As tuas,eu já nem tentava ler.

A comunicação foi se rareficando,

até que,nos declaramos dois países estrangeiros.

Vivíamos sob o mesmo terreiro

com uma bandeira pintada pelo tintureiro.

Eu,verde de esperança.

Você,amarelo de espanto!

E tudo termina,quando termina o encanto!

Maria Dorta 27_01_2022

 

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