Quantos despedi de meu viver
Depois de muito conceder,exaurir_ me
chegar a,pelo avesso me ver
lacerar_ me,negar_me,condenar_ me.
Mas,no final das forças,inocentar_ me.
Há momentos em que sobreviver,
deixar de se punir sem razão, é mister!
Então,você se dá conta: não nasceu \" nós\".
Tornamo_ nos plural para
_ ter companhia,
_desfrutar de um por_do_ sol,
_ viajar e curtir,se dinheiro houver
_ deitar juntos e se desfrutar,sem cobrar.
_ aprender e ensinar um ao outro.
_ construir uma família,transferir nosso DNA,se perpetuar até...
Tantas dúvidas habitei
Queria te fazer meu rei.
Alguém não estava pronto
para por coroa e manto.
Não sei se errei sozinha.
Se fui presunçosa
Tinha mania de voar só,sem aviso prévio,sem plano de vôo...
A ponte que nos unia na cama,
no clarão do sol se esfunava.
Tão dispares,desiguais...
habitavamos dois países surreais.
Eu,bem plantada na vida real.
Tu vivendo sob minha sombra.
Isso foi nos separando
Nos descasando...
Minhas legendas,tu não conseguias decifrar.
As tuas,eu já nem tentava ler.
A comunicação foi se rareficando,
até que,nos declaramos dois países estrangeiros.
Vivíamos sob o mesmo terreiro
com uma bandeira pintada pelo tintureiro.
Eu,verde de esperança.
Você,amarelo de espanto!
E tudo termina,quando termina o encanto!
Maria Dorta 27_01_2022
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