Markzanins

sou quem sou - sou, quem sou?

 

sou quem sou - sou, quem sou? 

 

Amaldiçoado ou abençoado

Me foi dado uma alma enorme demais 

Ela busca para além de meus limites

Eu, de maturidade insuficiente

Sou obrigado a aguentar a grandeza do mundo em meus ombros de criança

Sou obrigado a sentir todos os lutos em meu peito ansioso

 

Quero saber, anseio por saber

Saber o que habita no âmago de mim

Não vejo a luz no fim do túnel porque ele está obstruído dos restos das minhas construções 

Restos, pois já quebrei à dor da mão suas bases

Só me resta coletar e vomitar os escombros que voam por aí me colidindo

Potente ruína que sou 

 

Preocuro nos instantes e nas belezas meu reflexo

O reflexo de minha alma, não de meu couro 

Couro esse que já se foi feito roupa

Roupa essa que já se foi rasgada

Ando quase nu por aí atrás de um espelho

Preocurando a nudez íntegra 

 

Acho o reflexo pois não consigo em si ver

Em mim, me ver

E acabo mais por me achar na busca por Deus 

Será que há mesmo um pedaço de Deus em mim? 

Pois só sinto pedaços dilacerados de humano 

De um humano que tem paixão pelo cosmos 

 

Humano sente e pensa, quero ver só 

Minha mente é demoníaca mas a quero angelical 

Quero ser anjo: 

Poder voar e ver tudo amplamente da perspectiva do sol 

Eu disse que há luz

Que haja luz, então. 

 

Olhe para nós, em desespero ao tentarmos exprimir em cor nossa identidade para que possamos ter a certeza de que existimos

Mas existir não demanda um filtro 

A existência é tão transparante quanto o amor e a paz

Escolha a paleta de cores da sua vida e dela exprima sua essência 

Cumpra tua obra 

É isto? É isto. 

 

Acabo de me descubrir a razão de ser sobre o ser 

Se é tudo pelo ser

Que sejamos então