A dor da paixão não cansa.
É doce ventura !
Ardente chama
Que arde, mas não queima.
Esquece as mágoas
Com as quais foi magoado
Um dia.
Lembra, entretanto , os dias
De alegria,
Quando contente ,
Festejava o amor!
A dor aguda do sofrimento,
Pode ser que às vezes descansa
À sombra de um coração
Machucado, que magoado
Clama e fortemente chama
Pelo seu amor.
A dor do amor na verdade
Descansa um pouco.
E volta mais intensa
A dor de uma paixão
Não correspondida!
Quem pensa
Que amor é só amor ,
Beleza e esplendor,
Constantemente a vibrar no peito,
Sem os espinhos da flor,
Muito se engana,
Logo abandona
Tal convencimento!...
Amor às vezes vezes é ilusão suplema,
Engano de quem ama
Sem a certeza de também ser amado;
É ardente paixão:
Às vozes brisa, às vezes vulcão!
Quem nunca amou,
Não sabe o que é a dor da saudade
A invadir-lhe o coração ,
A doer constante a paixão
Quando seu amor
Se vai embora , e lhe ficou
No peito a dor, pois amor
É às vezes ventura , às vezes dor!