Jucklin Celestino Filho

DOR DO AMOR ( ITABUNA, 06/08/77)

 

A dor da paixão não cansa.

É doce ventura !

Ardente chama

Que arde, mas não queima.

 

Esquece as mágoas

Com as quais foi magoado

Um dia.

Lembra, entretanto , os dias

De alegria,

Quando contente ,

Festejava o amor!

 

A dor aguda do sofrimento,

Pode ser que às vezes descansa

À sombra de um coração

Machucado, que magoado

Clama e fortemente chama

Pelo seu amor.

 

A dor do amor na verdade

Descansa um pouco.

E volta mais intensa

A dor de uma paixão

Não correspondida!

 

Quem pensa

Que amor é só amor ,

Beleza e esplendor,

Constantemente a vibrar no peito,

Sem os espinhos da flor,

Muito se engana,

Logo abandona

Tal convencimento!...

 

Amor às vezes vezes é ilusão suplema,

Engano de quem ama

Sem a certeza de também ser amado;

É ardente paixão:

Às vozes brisa, às vezes vulcão!

 

Quem nunca amou,

Não sabe o que é a dor da saudade

A invadir-lhe o coração ,

A doer constante a paixão

Quando seu amor

Se vai embora , e lhe ficou

No peito a dor, pois amor

É às vezes ventura , às vezes dor!